quinta-feira, 10 de abril de 2008

Blogs: idéias pela rede

Nos últimos meses, tem crescido o debate acerca da natureza dos blogs. Antes tratados como diários online, coisa de adolescente ou de desocupado, agora é comum ouvir 11 em cada dez especialistas dizendo que os blogs vieram para abalar as verdades sagradas dos jornais. Sites de cultura, como o Digestivo Cultural, já dedicaram especiais para abordar do tema, um deles, by the way, recentemente. Por outro lado, a mídia grande, como dizia o finado Sergio de Souza, também tem feito suas investidas para tentar interpretar e incorporar o fenômeno. De repente, (quase) todos os jornalistas têm um blog, mas, ainda assim, não se tem uma interpretação que fuja da tese apocalípticos e integrados.

Por acaso, por acaso mesmo, acabo de ler um texto que aborda o tema com bastante propriedade. Foi na The New York Review of Books, num ensaio assinado por Sarah Boxer. A indicação veio através do blog do cientista político Luiz Felipe D'Alencastro.

O que o texto de Sarah Boxer traz de novo? Bom, entre outras coisas, faz um resgate histórico do uso do termo blog (tá bom, isso não é novo...); analisa de que maneira seu crescimento tem a ver com um novo comportamento da sociedade, mais participativa; e revela como a escrita "bloguistica" se distancia da prosa que se lê nos jornais, por exemplo. E no ponto alto do texto Boxer escreve que um blog está perto de perder sua originalidade quando --- vejam só, blogueiros nativos --- o dinheiro começa a correr solto. É por isso que os jornalistas não conseguem blogar. Eles, simplesmente, seguem fazendo relatos jornalísticos, o que é totalmente diferente do texto de Blog (mais próximo, diz a autora, dos diálogos de Platão) --- e isso, nem mesmo Pedro Doria, reconhecido jornalista-blogueiro, parece ter entendido direito.