quarta-feira, 18 de agosto de 2010

A política como jogo de cena


A não ser por uma grande reviravolta, dessas que acontecem no plano da ficção, as eleições deste ano acontecerão sem sobressaltos. Os candidatos cumprem estoicamente os papéis que lhes foram conferidos pelos encantadores de serpente, mas isso não significa que uma mudança surgirá dali. Em linhas gerais, esse estado de coisas reflete o simbólico fim da política, enterrada há tempos pelos protagonistas e coadjuvantes desse debate.

Sobre o tema, a respeito do qual voltarei a escrever, o cientista político Marco Antonio Villa e o crítico cultural e sociólogo Marcelo Coelho apresentam pontos interessantes que, a despeito de suas pecualiaridades, estão relacionados um com o outro.

Assim, enquanto Marcelo Coelho escreve que, agora, são os publicitários que parecem fazer propraganda de si mesmos, Marco Antonio Villa atenta para o fato da despolitização ter servido, entre outras coisas, para esvaziar o discurso da oposição, o que explica a queda vertiginosa de um candidato que até bem pouco tempo estava à frente das pesquisas.

O pior é acreditar que ainda debatemos sobre política, quando está claro que esse tema aparece de forma periférica nos programas, nos discursos e até mesmo nos programas de governo. Diriam os intelectuais, é o simulacro da política.