quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Silvio Santos quer dinheiro. O seu dinheiro.


É isso, mesmo, leitor. Sílvio Santos quer dinheiro, o seu, o meu, o nosso. Quando eles falam "o governo", à moda de Rockfeller, eu já ponho a mão no talão de cheques. Ok, exagero, mas o fato é que o governo vai salvar o SS, conforme se lê em mais uma história permeada por boatos, cacos de informação e análise capenga. Nesse vuco-vuco de ruídos, o leitor, até o momento, sabe o essencial: Silvio Santos abriu mão de seu patrimônio para saldar a dívida. Eu já pensei em fazer isso. A diferença é que não tenho bilhões a perder. Já Silvio Santos abriu o cofre da joia da coroa. E isso não é pouca coisa.

Há alguns anos, antes de a emissora do Bispo Macedo entrar para o circuito comercial, Silvio Santos tinha planos. Disputava a audiência dominical, fazendo sangrar a TV Globo e sua hegemonia. Agora, isso parece muito remoto, mas o fato é que Silvio Santos conseguiu, aqui e ali, umas vitórias contra a Venus Platinada, a ponto de a emissora, em 2000, comandar uma espécie de desmanche junto ao SBT, trazendo nomes como Jô Soares, que à época contava com alguma reputação, e Serginho "Fala Garoto" Groisman. De 2004 para cá, à medida que a Record se consolidou, o SBT definhou, mas Silvio Santos parecia estável, administrando a sucessão de forma tranquila.

A fazenda, contudo, não estava tranquila. É claro que os analistas do mercado, os mesmos que não viram a crise chegar há dois anos, vão dizer: "eu avisei, eu avisei", mas o cenário em muito se assemelha à crise de 2008, quando o circuit breaker foi acionado. A diferença, talvez, seja o fato de o governo ter agido de forma cirúrgica, e só agora a mídia e a opinião pública estão tomando pé da situação. A propósito, existe até quem veja, nisso, alguma conexão com a guerra das versões, a propósito do já folclórico episódio da guerra das bolinhas. Mas aí já é conspiração demais.