domingo, 25 de julho de 2010

Jokerman


Barack Hussein Obama é, talvez, a maior prova de que a mistificação e a paranóia caminham juntas no imaginário coletivo das massas. Eleito há cerca de um ano e meio como presidente dos Estados Unidos, o primeiro negro a ocupar o cargo, sua assunção ao poder da maior potência econômica, militar, política e cultural do planeta provocou expectativas, à esquerda e à direita, a propósito do que efetivamente poderia fazer na Casa Branca.

Noves fora as piadas de costume, Obama chegou ao poder, como diria aquele outro, tomando providências. Mandou, de pronto, fechar Guantánamo; disse que tiraria as tropas do Iraque até 2011; elegeu o Afeganistão como o espaço vital a ser combatido; e anunciou que faria a reforma de saúde nos EUA como ação prioritária; sem mencionar a mudança no sistema financeiro norte-americano.

Diante de tantas expectativas desse período de mandato, Barack Obama conquistou o prêmio Nobel da Paz – por algo que não necessariamente fez. E, para além disso, logrou êxito na reforma do Sistema de Saúde dos EUA. Ao que parece, no entanto, tais conquistas não aplacaram a sede de sangue da oposição – que, diferentemente do Brasil, age para valer. Obama, que outrora gozava de altíssima popularidade, enfrenta o verdadeiro plebiscito de seu mandato nas chamadas midterm elections, que acontecem no segundo semestre de 2010.

O interessante, em todo esse processo, é que as pessoas que outrora o apoiavam com tanto fervor agora parecem meio distantes disso tudo, como se a mobilização política fosse algo da moda, talvez embalados pela onda do momento --- as redes sociais, como twitter e facebook ---- em uma eleição majoritária. Se, no passado, a internet era o lugar seguro para Obama, agora trata-se de um território hostil, sobretudo com a notícia de que o presidente da geração Y atacou a web como fonte de informação. Se fosse aqui, seria apenas um comportamento natural de um político. Por lá, soou como vilania de um jokerman.